quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

cotidiano

Hoje tirei o salto alto com um toque de ira e coloquei prazeres.
Adoro nomes de esmaltes!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

João Ubaldo

E por falar em mau humor...

Continuo a gostar da humanidade coletivamente, mas, individualmente, cada vez menos.

Adoro!

P.S. Inspirado em http://bjomeliga.wordpress.com/2009/11/16/oi-nao-to-podendo/. Blog que não dá preguiça. Bjo.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Mau humor deixa as pessoas mais inteligentes

O mau humor pode deixar a inteligência mais afiada. Pelo menos é o que sugere um estudo recente publicado na revista científica Australasian Science. Segundo o pesquisador responsável pelo estudo, o professor Joseph Forgas, a tristeza e o mau humor podem melhorar a capacidade de julgar diferentes fatos e também beneficiam a memória.

O estudo foi baseado em testes que manipulavam o encorajamento dos participantes, usando filmes e lembranças, tanto as positivas quanto as negativas. De acordo com o cientista, o estado de ânimo positivo beneficia a criatividade, a flexibilidade e o senso de cooperação. Já o mau humor deixa a pessoa mais focada e atenciosa, além de facilitar o pensamento prudente, aumentando o processamento de informação no cérebro e também a capacidade de argumentação.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

sonho de consumo


Há metafísica bastante em não pensar em nada.

Fernando Pessoa, mais uma vez

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

missa

Ontem fui à Cachoeira do Índio, em Rio Acima. Cada dia que faço isso vejo como tenho mesmo de fazer isso (Oxóssi que o diga). Funciona como uma espécie de fonte de energia (limpa e renovável, ¿como no?). Como se fosse uma missa, pra quem mexe com missa. Eu mexo com árvores.

Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e o sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.

Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.

E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si-próprio?),
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda hora.


Alberto Caeiro, em "O guardador de rebanhos".

voa passarinho voa ou visita ao castelo dos símbolos

Pronto. Agora vai. Quer dizer, é sempre muito difícil pra mim dizer isso porque me dá medo de me propor a realizar toda e qualquer atividade que vá me fazer passar ainda mais tempo que aquele um terço do dia que eu passo obrigatoriamente em frente ao computador por ossos do ofício.

Mas acho que agora vai. Eu estava com um problema conceitual, sabe? Sem me tocar que esse problema já tinha sido resolvido desde que resolvi o nome do blog e escrevi a primeira escrita (a palavra postagem não é meio feia?). Eu tava era com um certo pudor; uma mistura do receio de me expor somado ao receio de expor as pessoas a mim. Uma coisa assim meio que de respeito a quem lê - será que estou me fazendo entender?

Vou tentar de outro modo: o primeiro nome que pensei para este blog foi “quem perguntou?”. Só que já tinha um – aliás, o blog não tem muito a ver com o nome, mas enfim... Depois, várias vezes ensaiei escrever sobre isso. Porque era uma coisa que não saía da minha cabeça: quem quer ler o que eu escrevo? A resposta também veio rápida: quem quiser, porque o blog é público, mas não é obrigatório. Os textos não invadirão as caixas postais das pessoas, sejam elas (as caixas postais, não as pessoas) eletrônicas ou físicas. Entra quem quer e lê quem quer. E eu estou escrevendo isso agora não é pra quem está lendo, porque todo mundo que está lendo deve estar careca de saber que esta é uma atitude voluntária. Eu estou escrevendo isso pra mim mesma, como que para me convencer de que é isso mesmo, que eu não estou sendo invasiva. (Acho que essa coisa de não querer incomodar é uma herança familiar múltipla. Tio Luís é o rei. Meu Pai e Tio Sé os príncipes – mas com a idade ainda chegarão lá. Isso se não forem ultrapassados pelo Gui no meio do caminho, que juntou sua velha “síndrome de inadequação social” com uma carreira bem sucedida e está virando um dos maiores gentlemen do Brasil. Tem ainda uma pitada do genial Manoel de Barros que fala que escrever qualquer coisa com mais de 30 páginas é um desrespeito ao leitor. Ou algo assim.)

Então tá decidido. Vou escrever mesmo o que eu quiser e quem quiser vai ler ou ninguém vai ler. Eu podia escrever num caderno e guardar pra mim, mas escrevendo aqui posso me comunicar com as pessoas que não leriam meu caderno e que talvez queiram notícias e... Ai, vou parar de me justificar agora. Vou escrever no blog e pronto. Vou colocar umas fotos também, assim que eu aprender como faz isso. E também vou tirar esse preto do fundo e colocar uns passarinhos, que eu estou com mania de passarinhos.

P.S. Postagem iniciada no dia 07 de outubro. Desde então tava me esperando...

brainlesstorm

volto pós férias em setembro viagem boa muito passarinho novas ideias velhas muito que escrever e viver e mudar sempre borboleta

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Oração ao Tempo

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Vou te fazer um pedido
Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Entro num acordo contigo
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
És um dos deuses mais lindos
Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Ouve bem o que eu te digo
Tempo tempo tempo tempo
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Quando o tempo for propício
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definitivo
E eu espalhe benefícios
O que usaremos pra isso
Fica guardado em sigilo
Apenas contigo e comigo
E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Não serei nem terás sido
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Num outro nível de vínculo
Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Nas rimas do meu estilo

Caetano Veloso

segunda-feira, 13 de julho de 2009

felicidade clandestina

Não mais espero, eis o segredo.

clarice

Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda.

E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria - e não o que é. (...) É também porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

vinicius

Haja o que houver, há sempre um homem, para uma mulher e há de sempre haver para esquecer, um falso amor e uma vontade de morrer. Seja como for há de vencer o grande amor, que há de ser no coração, como perdão pra quem chorou.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

quarta-feira, 17 de junho de 2009

respiro 2

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:
Artigo 3º - São beneficiários da Carteira dos Advogados:
I - para a percepção de proventos, os segurados, conforme o disposto no artigo 4º desta lei;
II - para o recebimento de pensão, os dependentes dos segurados, conforme o disposto no artigo 5º desta lei.
Artigo 4º - São segurados da Carteira todos os Advogados nela atualmente inscritos, sendo vedada qualquer nova inscrição.
Artigo 5º - São dependentes dos segurados:
I - em primeiro lugar, conjuntamente:
a) o cônjuge ou o companheiro, na constância, respectivamente, do casamento ou da união estável;
b) o cônjuge ainda que divorciado, desde que beneficiário de alimentos;
c) o companheiro, na constância da união homoafetiva;
d) o filho inválido, sem limite de idade, comprovada dependência econômica;
e) o filho solteiro, menor de 21 (vinte e um) anos;
(...)

respiro 1

A Corte Superior do Tribunal de Justiça de Minas Gerais reverteu ontem a decisão de despejo das mais de mil famílias que integram a Ocupação Dandara.
http://ocupacaodandara.blogspot.com/2009/06/ocupacao-dandara-um-direito.html

terça-feira, 16 de junho de 2009

nada bonito

Aqui também, bem perto do lugar onde trabalho, ficava um homem sentado numa esquina. Ele estava lá todos os dias, ao pé de uma árvore, sobre uma pequena mala, fumando e conversando com alguém que não estava ao lado dele. Eu o via sempre, mas nunca consegui contato visual com ele. Até que um dia lhe ofereci a comida que havia sobrado do almoço, ainda quente, embalada pra viagem. Ele aceitou e agradeceu de maneira muito gentil. Fiquei querendo conversar com ele, saber dele, por que vivia ali, se queria ajuda. Fiquei pensando sobre como abordá-lo sem parecer invasiva. Infelizmente não deu tempo. Poucos dias depois, numa manhã qualquer, notei a muretinha onde ele se sentava destruída. E ele olhando lá do outro lado da rua, desolado, provavelmente se sentindo ainda mais excluído. Eu não soube o que fazer, nem sei se havia o que fazer naquela hora. O Dudu me falou que a isso se chama “higienização” - que horror. Como se resolvesse alguma coisa.

Sábado à tarde em São Paulo. Eu e Dudu andando a pé, querendo encontrar um samba onde ele havia marcado um encontro. De repente, um quarteirão com um movimento diferente. “Espera.” Tentamos entender. “Devem ser moradores de rua tomando sopa, vamos.” Deviam ser moradores de rua sim, mas não estavam tomando sopa não, estavam todos fumando crack. Todos: crianças, jovens, adultos e velhos. Mais de 100 pessoas. À luz do dia. No meio de São Paulo. Não sentimos medo, como se poderia presumir. Eles nem se deram conta de que estávamos passando. Pareciam não estar bem ali, mas num outro mundo. Parecia filme de ficção científica, mas era real. Eu não consigo entender como é que as coisas chegam nesse ponto sem que as pessoas cujo trabalho é cuidar disso não façam nada.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Passarinho verde

Hoje eu vi passarinho verde. Juro! Vi também passarinho azul. Mas tão azul... azul turquesa. Na verdade, foi o azul que me levou a ver o verde. Que o azul tava na rua, perto da calçada, e o verde tava esperando por ele na árvore logo em cima. O mais incrível é que eles estavam em plena "cidade grande", bem na frente do lugar onde trabalho, numa rua movimentada de um bairro movimentado de BH.
Bom demais encontrar passarinhos coloridos no meio do meu cotidiano!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

trente ans à dix-sept

Para Marília,
mando pranas festivos.

Ce sera toujours une vivante énigme que chacun interprète au gré de ses désirs, de ses espérances ou de son système. (Balzac)

Para quem comprende pero no mucho (tipo eu), a tradução da Má:

A mulher de 30 anos será sempre um enigma vivo (dinâmico) que cada um interpreta segundo seus desejos, suas esperanças ou seu sistema.

Marília foi quem me deu "A mulher de trinta anos" nos meus 27. Quando, aliás, entrou de forma definitiva e deliciosa na minha vida. Ela dá sorte!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Abelha, carneirinho

Para Carmén,
mando pranas.
Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso
Jogando meu corpo no mundo


Luiz Galvão e Moraes Moreira em Mistério do Planeta. Canção lançada no ano de 1972 no álbum Acabou Chorare, dos Novos Baianos, interpretada por Paulinho Boca de Cantor com solos de guitarra de Pepeu Gomes e demais integrantes da A Cor do Som na percussão e baixo.

Mais zazauêra impossível. Não, pensando bem, é possível, na própria Acabou Chorare:

Acabou chorare, ficou tudo lindo
De manhã cedinho (...)

Talvez pelo buraquinho, invadiu-me a casa, me acordou na cama
Tomou o meu coração e sentou na minha mão (...)

Abelha, abelhinha...
Escondido faz bonito
Faz zum zum e mel

Inda de lambuja tem o carneirinho, presente na boca
Acordando toda gente, tão suave mé, que suavemente (...)

Abelha, carneirinho...

Mas pra tentar fugir daquele pensamento lugar-comum de que bom mesmo era antigamente (e em termos musicais esse antigamente fica mais ou menos ali em 1972 mesmo, ou 71, pelo menos eu acho e sei que Johnny White concorda), olha o zazauerismo de Tatá Aeroplano, do Cérebro Eletrônico – entre outros projetos ótimos, em Portal dos Sonhos, que está no álbum Pareço Moderno:

Abrirei as portas dos sonhos
recomeçarei tudo de novo
relerei Alice no País das Maravilhas
pegarei o Yellow Submarine
e visitarei Penny Lane
brincarei com o espantalho e o homem de lata

Ta aí, uma boa viagem
Ta aí, uma longa viagem
Ta aí, uma louca viagem

Abrirei as portas dos sonhos
recomeçarei tudo de novo
relerei As Reinações da Narizinho
voarei num objeto não identificado
e visitarei Mr. Apple
caetanaves de um carnaval maluco beleza

Vai, bate no tambor
vem viver a simplicidade

Ta aí, uma boa viagem de [ins]pirações setentistas. Tatá, que conheço de outros carnavais malucos beleza, muitas vezes só parece moderno mesmo. Esse finalzinho, com um tambor super ra-ta-tá, dá muita vontade de sair dançando e rodando a saia longa e florida no campo da casa que eu quero no campo.

Enfim, as comemorações dos meus 30 anos (sim, sou orgulhosamente nascida na década de 70, viva!) vão começar na próxima sexta no Studio SP, dançando e rodando um pouco com Cérebro Eletrônico e Jumbo Elektro.



P.S. Pesquisando um pouquinho pra escrever este post, achei esse outro sobre o LP Acabou Chorare – com muito mais conteúdo, aliás. Se quiser saber mais, dá uma passadinha lá: http://deseptemartibus.blogspot.com/2009/04/acabou-chorare-novos-baianos_10.html.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Retrô ecológico

Em iniciativa verde, Google substitui cortadores de grama por bodes
O Google anunciou em seu blog a ‘contratação’ de cerca de 200 caprinos, para aparar a grama da sede da empresa em Mountain View, Califórnia (EUA). Os animais, que passam cerca de uma semana no local, substituem os ‘barulhentos cortadores, que usam gasolina e poluem o ar’, segundo o comunicado.

Um cachorro da raça border collie ajuda a monitorar os bodes e cabras, para que eles façam seu trabalho. Os animais são da California Grazing, uma organização que defende essa prática ecológica e tem cerca de 800 bodes.
(Fonte: G1)
Fantástico! Porque é iniciativa, porque é verde, porque é tão simples e tão mais divertido.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Estreia

O nome me veio hoje, 05 de maio de 2009, quando descobri que estava saindo de mim. Não no sentido literal (ufa!). Tampouco estava surtando (ufa de novo). Só que estava deixando algumas coisas pra trás. Digamos que, aos quase 30, já não era sem tempo. Assim como já não era sem tempo encontrar um nome para o blog que eu vinha imaginando. E até um sentido pra ele: expressar tudo que saísse de mim, livremente. Era bem isso que eu queria. Aí foi inevitável lembrar da música do Arnaldo Antunes e pensar que "saia de mim" era um nome bem mais legal que "saindo de mim". Ainda tinha uma sutil referência ao universo feminino. Pronto. Mas claro que nesse mundo moderno em que sempre tem alguém que já pensou nisso antes já tinha alguém que já tinha pensado nisso antes. Então sem muito pensar acabei dando uma “roupagem mais ousada” ao traje. Acabou remetendo mais ao universo feminino, que - não deve ser por mera coincidência - não sai de mim.